Sunday, December 28, 2008

Tão Sutil!

Estava tão quieto ali onde não era permitido estar. Afastado e evitando qualquer tipo de distração desvirtuosa, lá estava no canto da sala. Pois o motivo de estar lá era exatamente esse.

Numa entrada e presença irônica surge o motivo de incomodo. Porque tem uma existência sutil, uma presença transparente e subjetiva, sem deixar menor vestígio legível nos gestos. Não fala, sussurra. Tem o padrão irritante da impessoalidade obrigatória de entrar sem se anunciar e sair sem se importar. É como se não tivesse ninguém em volta... apenas si mesmo. A expressão facial é de um jogador profissional de poker. Ou de alguém que nem se quer joga.

No início era o comum. Mas o destino é sarcástico com decisões. Poderia ser qualquer um, mas não aquele.

Esteja ciente: o fato de você existir em silêncio e transparência pode mudar o mundo das pessoas. Obviamente, sem que você faça a menor ideia disso.

Nós brincamos porque ninguém sabe do nosso segredo. Nós insinuamos porque estamos distantes demais para nos comprometer. Gostamos porque é desconhecido e isso possibilita que criemos as mais saborosas expectativas. Nós sabemos roubar palavras de olhares, por isso evitamos fixa-los. Mas quando eles nos escapam?

Susto. Mãos frias. Rosto corado. E uma sensação estranha do estômago ao coração.

Ah! O começo... Mesmo sendo do nada, o começo do desconhecido é sempre tão infantil. E finalmente somos aquela criança diante de um brinquedo que ansiamos em possuir. Sim, encostamos as mãos na vitrine, aproximamos o rosto até que o vidro sinta nossa respiração, então devoramos com os olhos o que pode ou não ser nosso. Sem se importar, os olhos quebram as barreiras roubando o desejo para imaginação.

E sonhamos em ter, somente ter, e como seria em tê-lo.

Pela dúvida do futuro, de certa forma nos contentamos em simplesmente admirar. Não falando educadamente, nós nos contentamos em invadir e devorar com os olhares.

Na verdade prefiro que fique com a parte sutil. Irritantemente e amorosamente sutil.

O que provavelmente nunca saberei se é verdade, e você nunca saberá que em um dia mudou todos os meus dias.

Saturday, December 20, 2008

Quem você conhece?

Ninguém.

E ninguém me reconhece.

É por isso que a esperança é divina, pois não se deve crer naquele que vem da carne, e sim no ser vagante em espírito.

Os do mundo tem certeza de como é a realidade. Estão com os pés enraizados no chão.

E tu que és livre da terra viciosa, tens a sensação que a vida não passa de um sonho latente, e que a morte é o momento de despertar.

Mas para o homem de pouco entendimento essas palavras significam o impossivel e sem sentido de nada ser.

Porque ainda busca o sentido disso, e quando não lê a lógica milenar dos homens naquilo que é verdade universal, nega quem a criou, e ama quem a descriou.

Eu sei o que vai e vem na cabeça dos que eu não conheço. Se tu queres a resposta do sentido e da dúvida, terás que aceitar um único caminho.

Por parecer ilógico, ser altamente racional e humanista, é normal que negues. Mas não por uma vida inteira de oscilações vazias.

Até a aceitação de o que é simplesmente é, tudo de tempos em tempos parecerá oco, e nada te completará.

O tempo não é o que virá, é o que acontece agora. Ele é o presente do passado, e muitos por não saber que este vale mais do que qualquer lembrança, deixam passar como se não valesse as palavras certas para deixa-lo eterno.

São provincianos por achar que tudo sempre será, e por nunca tornar algo simples em realmente bom.

Deposito meu conhecimento naquele que não me abandonou e nunca me abandonará.

Porque nenhuma ovelha vai amar o lobo quando se tem um bom pastor para confiar.

Friday, November 28, 2008

TeaR a Arte de Pre-ver

Antes era bem mais simples pintar os quadros e cenas do futuro. Ainda criança, já sabia como seria adiante. Era um quadro conhecido, porém não vivo, não vivido. Mas dava pra prever, dava pra saber como seria o desbravado desconhecido.

Era possível ver a vida e como iria se desenrolar. Agora? Eu não vejo as cenas, está em branco, nenhuma imagem. Das duas, uma... A mais otimista é que no filme não sou a costumeira roteirista-diretora. A segunda-feira já é mais de volta ao preto. Creio que seja o ponto final da linha.

A escolha que eu fiz me condenará pela que eu não fiz. Porque a normalidade implica em uma vida digna. E na carruagem uma enorme bagagem de equilíbrio e bondade. E uma vez ele me disse que se eu conseguisse colocar tudo dentro das malas, eu iria... viajar.

E parecerá trágico.

E talvez... eu saiba como será o próximo quadro. Dizem que os mais sensíveis e ligados sabem quando é a hora. Até onde eu vejo minha irmã, me parece muito bom.

E parecerá injusto.

Mas não será.

Porque sempre amei os que me criaram, e aprendir a querer o bem dos que nunca me gostaram.

A Deus, À Sagrada Familia, À Humanidade.

Tuesday, November 25, 2008

A Uva - PassA





Nos olhos tem uma secura muda e na escrita palavras inúteis. Tão seca é a vida da uva-passa. A cada 100g de sua euforia, apesar de todo o processo de se auto-secar, tem 10% de água, e 300 são as gorduras que sempre a incomodavam.

Valores nutricionais nunca foram seu forte, e nem outros valores. Largada dentro de um pacotinho com pedaços de si mesma, a uva-passa é facilmente encaixada na receita de uma festa à milanesa.

Sem discriminação étnica, branca, preta ou amarela, geralmente ela é sem cabeça/miolo/semente. E dá um sabor e tanto no meu antigo sorvete amarelado.. agora prefiro o puro chocolate à milanesa.


De vez enquando é bom variar com uma uva-passa, afinal, tudo não passa de questão de paladar passageiro vs hábito passageiro . Então, devoremos todas elas com a ferocidade que merecem, pois o fim de alguém que tem a vida seca é de murchar até compensar os valores convencionais por nutricionais.

Friday, November 21, 2008

Sie ist zu kalt...

Uma pedrinha de gelo no meu copo com água, e lá fica sem me explicar porque derreteu tão rápido numa temperatura de 15°. Você deve ir atrás da minha verdade, você tem que me perguntar sem medo se é verdade.


Talvez o que tenha visto seja apenas migalhas de um biscoito de chocolate na minha mochila, ou seria de morango? Só vai ser tarde quando já tiver apedrejado, até lá, venha até mim com os dedos sobre o direito.


Mas nós vamos ver, analisar isso, sem medo. Sem seu medo bobo. Se bem que...

Wednesday, November 19, 2008

◘ No fim do 9

É o comum acidentalmente misturado no meu antigo desejo do único. Era passageiro feito a brisa da meia noite da minha rua iluminada por luzes obscenas e traiçoeiras. E o gosto daquele café com leite meio amargo desceu pro meu estômago com uma simples golada de um copo cheio de coca-cola espumante e bem gelada. Nós não gostamos da mistura perigosa que é o gás com a lactose, acreditamos que o incomodo é tão menos importante quanto a eliminação do dissabor.



Um dia nós estaremos naquele pedaço de terra perdido entre um balão de água. Uns cinco dias deslumbrando aquela vista nada familiar e virá a satisfação da justiça por estar lá. Será tão avassalador que tomarei um vinho a milanesa, e devorarei na mente como um faminto de tempos guardados todas aquelas palavras.



Vou levantar aquele liquido avermelhado para o céu, lá em baixo estará em algum lugar daquela "ciudad" perdida o motivo da comemoração. Uma passagem silenciosa com um objectivo totalmente egocêntrico. Vou ver, vamos nos ver, quando o sol se esconder de nossas vistas, e em meio de pouca gente, dois rostos quase conhecidos surgirão para a pergunta de um estranho.


Porque meu olho fala com minha imaginação e diz que já é o suficiente. E dando as costas pra chance de fazer a diferença quase que eterna na vida de alguém, assim como no antes de tudo, sairei feito um desconhecido na calada noite.



Para o anfitrião apenas uma sensação inquietante de dúvida. Pra mim apenas a gratificante certeza de que nada foi ou é, sempre será.

Monday, November 10, 2008

O Extremo Prazer

Nas tardes laranjas que ameaçam com a ociosidade vem o súbito desejo de satisfazer: ler e absorver o conteúdo tão renegado de 500 páginas. Desmembrar o psicológico dos seres já perdeu o encanto... afinal a mágica revelada não passa de ilusão optica, ou truque mediocre por trás das cameras. Me prendam, mas me prendam dentro da biblioteca de Alexandria a prova de incendios!
Talvez não agora, mas vai ser um dia! Quero filosofia, historia, teologia, arqueologia. Me perder em um passado que não foi meu, sem narrativas cansativas, apenas historia, factos.
Vou ao oculista, creio que preciso de óculos de descanso! Ou de descaso com os outros!
Agora sei em qual mundo quero viver.
E quero um canto reservado pra mim, mas bem no canto mesmo.

Saturday, November 8, 2008

Grande Cisma

Que estranho que é! Não sentir nada daquilo que antes era quase tão essencial feito o ar. Eu vejo e até me esforço, mas não sai nada. A indiferença é tão... nadificada! Sem vontade, sem saudade, sem ciúme, sem... nenhum tipo de angustia. Porque são apenas pessoas normais, que vem e vão... e morrem, como se nunca tivessem vivido. E não conseguem deixar lembranças firmes, pois são tão surreais no decorrer da existencia que nada nos marcam.
Eu já tinha pensado em marcar suas iniciais na pele... mas daí, pensei de novo. Não significariam nada, seriam apenas letras tão estranhas quanto os rostos dos seus donos. Se tornariam somente mancha de tinta sobre o corpo.. futil, dispensável e pueril.
Pessoas vazias que um dia idealizei que não o fossem. Por isso gosto de ser diferente, gosto de tatuar almas e vidas. Ou pelo menos gostava. Hoje em dia estou calma, quase flutuando pelas ruas de Fortaleza, sem me importa muito em impressionar. Talvez medo de que me arranquem um pedaço, como foi da ultima vez que me expus ao mundo... tanta inveja sem sentido! Sim, pois pra mim inveja é algo sem logica. Vou tentar me reservar, fazer como nos meus velhos tempos.
Falar menos, observar mais.
Vou ter mais cuidado com as coisas que eu peço.
Apenas quero tranquilidade... e que me deixem só.

Thursday, October 30, 2008

Dos Amores Que Vivi

Inspirada nos grandes poetas romanticos e sedutores, eu tive vários amores. E é engraçado quando lembro de como eu não fazia a menor idéia do que eu sentia. Aquele amor pueril colegial, de pura admiração pela inteligencia e dedicação que ele tinha. Sim, eu babava em plenos meus 13 anos por garotos intelectuais, e se usassem óculos nas horas vagas então.. charme ao extremo.
Ele, cabeça de ovo paulista, foi meu primeiro amor. Nós resolviamos tarefas complicadas juntos, iamos jogar video game depois da aula, passavamos horas e horas no recreio falando de jogos, desenhos... matérias.
Só isso. Eu até tentava dar alguns olhares meio que lascivos, mas eu lá queria mais nada.
Passou... e gostei de outro intelectual man. Só que esse era mais timido ainda... Porém era o mesmo esqueminha de resolver tarefas, falar sobre... Tão nova, tão subdesenvolvida, tão feinha. É, me toquei depois de um ano. Isso foi na setima serie.
Foi no ensino médio a revira-volta.
Não era mais aquela menina timida, introcada, travada, projetil de nerd monotona. Tinha virado uma descolada.
Então, não era mais eu que esperava respostas no olhares. Que vida pra girar. Agora eram eles que tinham esperança no olhar.
Me surgiram amigos apaixonados. Creio que por causa dos amigos antigos que eu era apaixonada, criei algo na cabeça de não misturar os coringas com as trincas. Amigo era amigo, solamiente.
Eu deixava de venerar para ser um amor platonico no palco.
Foi então que surgiu um amigo que quebrava as regras. Obviamente o fator inteligencia ajudou muito. Tinha e tenho uma terrivel queda por inteligencia veridica.
O enrolei por um ano e meio, até que um belo dia na saída, já quando não existia esperança no olhar dele, eu quebrei a regra.
Menina impulsiva que quando não tem mais, faz questão de ter com um ato de classe A.
Era estranho... não era amor, nem paixão. Apenas um gostar simpatico. Naquela época.
Hoje em dia percebo que foi o unico que gostei de verdade, pois fiz o que não fiz por nenhum dos que eu considerava amar. Amor não é o desespero, nem um desejo, é o bem estar continuo, e que você não faz ideia de que é amor. Ou não.
Depois começou a idade das trevas dos amores que vivi. A internet abriu as portas do inferno pro mim. Um inferno bom, com uma sauninha e um suco jandaia.
[continua... algum dia. Ou não.]

Tuesday, October 28, 2008

Cócegas nos Pés

Era uma noite qualquer, com minha irmã no computador e minha mãe no telefone sem deixar eu dormir no santo silêncio da noite.
Demorou um pouco(muito na verdade) até que finalmente eu conseguisse dormir.
Foi então que começou um sonho alucenógeno, com tudo o que eu não tinha direito.
Eu estava em casa na parte térrea(aqui é duplex) conversando com minha mãe normalmente. Era de manhã, e como sempre, a vizinha veio fazer não sei o que aqui em casa.
E quando eu a vi parecia que ela estava com um sugador de energias, como se estivesse possuída e ainda me vampirizando.
Eu até tentei me afastar, mas então ela vinha pra mais perto de mim.
Definitivamente me senti muito mal.
Como um flash, de repente me deparo no interior brabo do Ceará. Eu estava novamente acompanhada de membros da família.
Pegamos carona num pau-de-arara rumo a algum lugar desconhecido e remoto.
O dia se descoloriu em noite, e chegamos ao bendito lugar: um parque de diversões as avessas.
Parecia mais um parque macabro fantasma. Só sei que queria andar de balão, mas o tio assustador disse que não porque ainda não estava pronto.
Andando mais adiante me encontro com um senhor numa barraca cavernosa me oferecendo CARNE. Quando olhei atentamente vi que não era lá uma saborosa carne bovina.

E..

pluft. Tudo escuro.

Calor.

Acordei morrendo de calor e resolvi me desenrolar, inclusive deixando os pés descobertos.

E quando eu sinto uma mãozinha gelada fazendo cócegas nos meus pés.

Juro que abri os olhos de uma vez pra ver se era um bicho gelatinoso.
É um daqueles sustos que você se senta na cama de uma vez só e procura algo concreto.

Mas era só uma alminha fazendo cócegas nos meus pés.

Espero que ela/ele não me visite em mais noites como essa.

Sunday, October 26, 2008

O Sono das Noites Intermináveis








Com meus 19 anos me deparo com aquela mesma sensação dos 13. Porque eu sou aquela caixola de bregueces no canto escondido no guarda-roupa. Dentro de mim tem alguns papéis, fatos, embalagens de um chiclete japonês, desenhos que não são meus, e... fatos... até aqueles não vividos, não consumados.

Não sou mais do mundo, o mundo não é mais meu. E finalmente aceito e vejo a grande verdade de ser uma passageira, aquela de vida passageira. É bom viver com a visão mais descompromissada da objetividade de algum resultado.

Quero sentar naquele bosque do entardecer da minha solidão, e lá escrever sobre os dias que virão.

Não irei novamente indagar tantas e tantas vezes por que sou assim. Tudo é feito um grande mar dentro de mim.. tão profundo e inexplorado.

E é bom me ter de volta. Tranquilo é este lar, tão sereno são os meus sorrisos pensantes.

A resposta estava aqui.
O sentido sempre esteve aqui.

Nada como andar no caminho certo, fazendo as coisas direitas.
Ao contrário das exceções, o que é certo não tem suas variáveis.

É universal.

Só quero...

Como diz meu pai: "Amanhã é depois, e depois você não tem como adivinhar como será".

Apenas durma essa noite.

Friday, October 24, 2008

4 Horas da Matina

E nem o meu galo tinha cantado. E a vontade de desmaiar... então, enrolo mais 30 minutos pra conseguir abrir os olhos e ter um ótimo humor.
Banho, dentes, roupa... Desço faço o café, asso um pão na frigideira e BINGO! Estomago forrado.
Subo, é hora de morfar: maquiagem actived.
Procuro um belo brinco, ajeito o cordão, olho bem pra aliança, roubo o óculos do meu pai, e rumo a parada.
Caramba.. 5 da matina e o onibus lotado até a tampa.
Obrigado pai, não precisava se oferecer... sei que não dá pra me deixar lá de carro mesmo.
PAPICU/AEROPORTO
Razoavelmente VA-GO.
Durante a viagem deu tempo fazer toda uma retrospectiva 2000/2008. Gosto de ir de onibus por isso: anos pra chegar, e minutos pra utilizar.
Desço naquela praça arborizada proxima a praça EMOtica Portugal.
Na avenida padre alguma coisa tomás, paralela a que eu estava, eu sigo feliz e saltitante na perigrinação rumo uns 7 quarteirões.
Caramba,nao acredito, olha o tamanho daquela fila! Não é possivel... deve ser fila pra loterica.
Que nada boba, é a filinha da clinica particular que só vai distribuir 40 fichas.

HEHEHE

O pior que ou dava certo, ou dava certo. Fiz uma contagem por cima, deu uns 30 na frente.

Beleza.. saco, distribui logo essas fichas tio, bota a gente pra dentro dessa clinica logo que to morrendo de fome, sono, e cansada.

Otimo crianças, cade a xerox da identidade!?

Peguei a senha, e rumo a algum comercio-xorocador. A senhora pensava que era um arrastão, mas nao se assuste não, somos seus futuros defensores tia da xerox.

Ela teve medo, depois sorriu.

De volta.

Entra ai menina, senta, cade o dinheiro da taxa!?

Vixe, tá com meu pai... to esperando ele chegar com o cartão e o dinheiro.

Toma uma hora.

Chegou o pai, mae, nicolas, e o meu segundo pai de paitrocinio... Entra, paga, assina, carimba com o dedo, fica na fila de novo, senta, tom,a chá, agua, agua, chá....

E ela pega e abre mil envelopes, eu assino de novo... e arranca duas enormes mechas dos meus cabelos, uma do lado esquerdo e outra do direito.. algo bem simétrico.

Lacra envelope, assina, olha... PRONTO.

Pego a vitamina, o pão com manteiga que tá dentro do carro, e rumo viagem de volta pra casa.

Tuesday, October 21, 2008

De volta para o futuro

E minha vida tinha pausado mesmo em 2005. Tinha resolvido dar o tempo, e criar uma realidade alternativa, totalmente indie. :D
Nossa...
Amigos surreais sempre fizeram parte da melhor alternativa daquele ponto de vista. Mas ninguém se contenta com alguém sem cheiro, sem voz, sem gestos, sem manias visuais, sem toques... apenas palavras secas e imagens mordenistas.

STAGE 1 completo.
(dependencia do mundo e de pessoas virtuais superada.)

Então vem o glorioso trabalho. Dificuldades reais, relacionamentos ilusórios, porém "tocáveis". Era um verdadeiro jogo de bilhar. Só que eles não faziam ideia de que eram as peças.

Por um certo periodo eu acreditei na minha propria mentira. Sorte a minha ter uma familia estruturada pra me fazer acordar daquilo.

STAGE 2 completo.
(dependencia do mundo e pessoas reais superada.)

Me lembro do meu pensamento em plenos 12 anos... Aquele sentimento indiferente de não se deixar levar, pois você mesmo pode se conduzir.

E pro tempo que eu me deixava levar, vejo apenas imagens opacas num vidro umidecido. Não que eu tenha esquecido... não consigo assimilar que era eu ali. Era uma outra pessoa, não eu.

Existem várias verdades, existem vários de um só ser humano.
Pra você meu amigo que me lê, aquela época de palavras e cartas foi verdade...

Nunca mais o será.

A vida é feita de fases, e não de frases.

Nós só temos uma chance.

Depois, tudo muda, todo mundo muda.

De volta para meu futuro em 2009, não me perderei em promessas. Eu não prometo, eu cumpro. Eis lemure em posts anteriores, eis eu hoje.

STAGE 3 completo.
( ? )

Friday, July 4, 2008

A Máquina Temporal De Thomás




Já se passaram dois anos. O sagrado whisky na mão esquerda o fazia lembrar dos tempos amargos e doces do passado. Até o maldito cigarro sem menta,sem canela, somente com nicotina na mão direita lembrava ela.
Deu várias risadas. Não acreditava naquelas imagens e falas da TV.

"Então! Finalmente ela conseguiu!"

Era a vigesima vez que via aquela reportagem. Já sabia de cor e salteado cada gesto e palavra mencionada no video de 15 minutos. Talvez fosse uma forma de se torturar,se punir. Mas ele apenas sorria, se contorcia, colocava as mãos na cabeça, aproximava os olhos da tela e depois num ato de repulsa se afastava bruscamente.

"Desgraçada"

Foi em um mesmo verão desses que viveu a época mais inocente e feliz da sua vida objetiva. Havia conhecido uma grande amiga. Pueril, em plenos 19 anos e ela 23. Ele era o melhor amigo, o melhor conselheiro. A tinha como uma irmã mais velha e mais louca.

"Sim,ela era louca."

Aos poucos penetrava nas muralhas da menina velha e mal criada. Contava ao cavalheiro histórias absurdas, de cigarros além da nicotina á noites mal acompanhadas que a mantinham acordada. Tinha uma vida inteira sem precisar dele. Se divertia, saía, dançava, amava.. sem precisar dele. Porém, não era isso que ela dizia nas noites vazias.
Ela tinha todos os erros possíveis de uma obra de Picasso. Tinha traços grotescos, absurdamente expressíveis. Cada cor extravagante pintada na tela do rosto dela e mesmo assim tinha uma harmonia invejável, dava uma sede "apoderável".

"Era perfeita."

Um repleto arco-íres que em qualquer outra ficaria irônico, nela caía como um vestido colorido numa flor ao amanhecer. Cheia de um perfume hipnotizador... Ela dançava em frente aos olhos dele, e ele entendia como um pedido humilde de amor.
E quando ela balançava as pétalas loiras feito um sol ascendente na direção do vento desfalecia o coração daquele menino-velho-sorridente.
As curvas daqueles rabiscos, um esboço de amor que não sabia que pudesse ser dele.

"Ahhh! Ela foi um verdadeiro amor."

Era como se a visse naquele momento, apesar de nunca ve-la realmente.

"Ela tinha uma vida inteira sem precisar de mim! Mas não era isso que ela me dizia..."

E se foi, como se nunca tivesse vindo.
Ele ainda tentou mandar uma carta, ligar para aquele vilarejo. Ela já não era mais quem ele tinha conhecido.
Sabia que se a apoiasse a crescer ele diminuíria ao ponto de ser uma pequena mancha no vidro de proteção daquela obra renegada de Picasso.
Mesmo assim, deu todo o apoio pra muralha ir além da fronteira que ele dominava.
De certa forma, deixou que partisse, e assim partisse em mil o seu próprio coração

"Eu queria poder dizer tudo isso a ela."

Que foi diferente. Ela era diferente de todos os vinhos que provou. Porque nunca a provou. Um sonho petrificado em uma tela, algo que jamais poderia ter em mãos. E num ato majestoso desprezava o paladar daquele cavalheiro quando nem se quer queria saber como ele estava, onde ele está agora, se sente saudades...

"Acho que vou vomitar fumaça com whisky."

Lá estava ela gloriosa sob um trono rodiado de súditos, vassalos, e milhares de "cavaleiros". Eles a rapitavam em seus cavalos acizentados, faziam parte da fantasia que ela mesma criava pra se afungentar de si mesma.

"Eu fui a realidade dela"

Só ele tinha esse dom de transportá-la para a pessoa magnifica que ela era. Ele talvez a amedrontava... era a unica realidade de verdades, e surreal de estar presente. Era um presente despresente. Na cabeça dela e na dele, real. Mas não haviam toques, perfumes, contatos...

"Deve ter sido por isso que não deu certo."

O sol já está invadindo com as flechas amarelas os olhos castanhos cor-de-mel daquele cavalheiro.

"Lá está ela, longe de mim. Conseguiu o emprego que queria, conseguiu a gloria que queria. Agora ela tem mais uma vida inteira sem precisar de mim. Nunca precisou. Sabia que me usava como distração, como uma peça envelhecida e empoeirada na anti-sala do seu magnifico quadro de Picasso. Ela nunca vai saber que eu,um singelo cavalheiro que se debruçava sobre os campos só para ve-la surgindo no horizonte com os seus raios amarelados, a amava ao ponto de criar asas e ir em direção a ela mesmo sabendo que tombaria feito Ícaro, iria até ela mostrar que ainda existe um velho-menino amando cada traço de um quadro que mesmo não sendo de Picasso, seria a maior obra de arte exposta na mente,alma e coração de um amante a espera da volta de quem um dia, sem que nenhum dos dois soubessem, fosse sua amada."

Essa é a Máquina Temporal de Thomás: um coração feito de lembranças.





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Tuesday, June 24, 2008

É Agora!

?












Quando eu fazia o 2 ° ano achava que dava pra fazer qualquer porcaria a base de um eletroimã.








































Porque tinha brinquedos que funcionavam a base de pilhas e eletroimã.
Pensava em criar um robô.




















Porque se fomos ver, seria um mecanismo simples. Seria bem precário, movimentos bruscos, mas seria o meu robô.

Feito com minhas próprias mãos.


























Então pesquisei na internet sobre um eletroimã e como poderia fazê-lo.

Mas eu não achei nada de brilhante.






















Agora vou escrever meu nome na história desse mundo, mesmo sem a porcaria do eletroimã.










Wednesday, June 11, 2008

Os Segredos de Lemure

A internet é uma faca afiada, tanto corta o pão como rasga a mão do esfomeado.
Porque é assim mesmo Bárbara... Peso e contra-peso. Eu sabia que ela mentia, mas tinha a esperança de mostrar que já não era mais necessário. O que iremos fazer agora, hum?
É como eu havia lhe dito: "Para se ganhar algo que preste, primeiro terá que perder tudo".

Você perdeu. Adimita.
Nós perdemos.

Como prevemos, o sol formosamente amarelo foi embora sem lhe falar nada, um de seus fantasmas voltou falando de amores, uma outra não merece nem citações, a de agora vai aprender da pior forma a dar valor aos amores enquantos estes, ainda amam.

Bem, vou explicar direitinho como vai ser.. só pra variar.

Amanhã não poderá terminar, pois ainda é cedo. Somente na ultima semana de julho que teremos a liberdade de sermos nós mesmos.E não vejo a hora..... ahh, finalmente! Quase sinto o gosto das palavras ferrenhas!

Aguente mais um pouco.. eu sei que está para explodir.

Nós vamos explodir.

Que sono Lemure...

Hoje foi o dia que nós lemos o que não queriamos, que nós decidimos o que não queriamos,o dia que mais um pedaço caiu de você.

Não se preocupe, vários de você surgirão.
Ou de mim...

Desgraçada,eu li todas as palavras, vá e fique com seus cães!


Lemure.

Monday, June 9, 2008

Como será amanhã?

Cética.Ser extremamente cético, e sutilmente crente quando acredita nos sonhos da noite passada.
Vamos, vou tentar falar em primeira pessoa, eu quero que meus "eus" me deixem sozinha.

Eu escolhi amar o surreal, eu escolhi amar o sonho de "amar".Uma tentativa minha de resgatar aquela sensação de ver o mar pela primeira vez. Os castelos de buzios, um coração na areia, os nomes escritos pra água salgada levar de você..

Oh Céus, é tão tudo tão lindo.

Eu vi ao entardecer aquele sol ofuscante rasgando um céu de nuvens acinzentadas,e no meio do mar uma faixa larga de brilho trilhada para minha direção.
Longe do lar, longe de tudo aquilo que me fez o que sou hoje.
E eu estava ?
Quem estava naquele momento a ler meus pensamentos, a sentir exatamente o que minha alma observava?
E era só eu, somente eu e mais ninguém.
E meus amigos conversavam, as pessoas passeavam, ambulantes com cds, a garçonete com o dinheiro, o coqueiro crescendo, o mar pra refrescar, o sou pra iluminar, e uma alma perdida pensando em uma quase vida.

E agora,foi-se;

Eu não quero dormir e esquecer de hoje. Mas eu pedi! Pedi pra me aliviar todas as noites daquilo que me faz pensar nas dores!
È doloroso ver as coisas da vida?
Não!
É doloroso perde-las.

Mas ainda não as perdi,quer dizer, perdi muitos amigos. Amigos?
Quem são afinal?Quem eles eram?

Eu quero lembrar de hoje amanhã. Eu quero fazer diferente amanhã.
Digo isso todas as noites faz uma semana.

Quando chego no maldito trabalho, não sou mais eu. Quando passo pela catraca, pego de volta a identidade que deixei na hora de entrar.
Negócios, sempre separando as coisas.
Sempre particionando relações.

Eu não sei.

Eu tenho familia, eu tenho amigos, eu tenho trabalho, eu tenho o amor.

Ainda falta algo.


O que ainda restará de mim amanhã?

Saturday, June 7, 2008

Sonho Latente de Vida

Com os anos, sempre mudanças.
Quando pequenos, desejo, desejo de crescer, e ter finalmente a idade que os seus pais tiveram.
Tudo isso pra ser uma livre criança grande.
Os melhores anos da minha vida foram aqueles que eu não sabia que seriam tão importantes. Estão ali, lapidados nos ano que se passaram. E uma vez perdida tenho a inevitável necessidade de alguns relampagos de imagens antigas se tornarem atuais e reais.
Mas elas nuncam voltam, elas nunca serão as mesmas.
Tudo não passou de um dia,de uma hora, de um minuto, de um instante perdido na sua cabeça.
Mas aconteceu...
Daqui pra frente, como será sem tudo aquilo? Como vai ser sem você meu colega,meu amigo?
O que serei sem mais nada disso pra viver?
E nós vamos nos cruzar na rua qualquer dia desses...em 10 segundos lembraremos das nossas alegrias, e pelo resto da vida nós as esqueceremos?
Não sei se é a maldita época, não sei se é o maldito capitalismo, ou se somos nós que nos amaldiçoamos.

E a cada jogada,um pedaço do seu tesouro se vai.

Quantos pedaços de você ainda restam?
Quantos pedaços de você ainda podem ser perdidos?

Vontade de criar uma nova vida,de fazer as malas e sair desse lugar, pra ve se acho o meu lugar.

Medo de sair, e acabar descobrindo que o lugar sempre foi aqui.
Medo de ficar, e descobrir que a chance passou e você nunca vai descobrir qual era seu lugar.

Vida, oh vida, de tão humana, tão inumana.

Me traga de volta a vida.

Thursday, January 31, 2008

De Lembranças a Fantasmas

De vez enquando bate aquela sensação nostálgica.
Eu abro minha gaveta e me deparo com duas fotos 3x4 que não minhas. Boto dentro do bolso pra quando eu for sair, colocá-las dentro da minha carteira.
E eu que fui atrás de trabalho, de festas, de vida, pra sair da prisão de amores mal resolvidos.
Mas então, eu chego no trabalho, abro minha bolsa, pego minha carteira, e me deparo com o que um dia foi meu presente.
Quando os outros vêem...
- Quem é?
São os dez segundos mais difíceis de se respirar.
Porque é uma bomba relógio, parece que o tempo para naquele instante e tudo vem feito turbilhão na mente.
"Meu Deus, quem é?"

Eu não sei, eu sabia quem era.
Mas as vezes eu até duvido disso...

E vem na cabeça mais uma tentativa. Pra que?
Não!
Pra levar mais um banho de palavras ferrenhas?
Pra escutar alguém dizer que eu só fui um fantasma?
Talvez se ache no direito, e talvez até tenha direitos.
Aliás, todos nós temos o poder de matar, ferir, roubar, enganar...

Ter o poder não significa estar no direito, ter direito não dá o poder.

E são por essas e outras que eu me faço cair na real.

As coisas que eu não entendo.

Será que não significou nada mesmo? Vamos dar as costas, negar aquelas juras, emputar e dizer: não dá mais certo.

Então, me peça pra seguir em frente. Me deixe seguir em frente assim como você o fez.

Diga: VÁAAAAAA!

Não me faz ir atrás de mendigar por uma migalha que você joga aos pombos da praça.

Onde estão suas lembranças, onde está seu passado?

Eu me nego a acreditar que eu fui apenas um fantasma.