Monday, May 18, 2009

Desfocalizando.

Gostaria de saber como você consegue sobreviver sentindo-se como um intruso no mundo. Sim, pois, passa os dias invadindo a vida que mais parece um presente que tomou posse simplesmente porque o dono não apareceu pra reclamar. Tem horas que se arrepende, se sente como um criminoso vitima da ocasião. Pensa novamente que não deveria fazer parte disto ou daquilo, e sente que não faz parte de nada, mesmo que fatalmente apareça aqui e ali por causa das regras sociais.

Sorri. E sorri. Vãs são as pessoas que riem das coisas felizes desprezando a graça disfarçada de uma felicidade forjada. Elas estão acostumadas a ignorar e a "raivar" do que não passa de um desatino bem intencionado. Talvez nos encontrassemos se encontrassemos alguém como nós. Apesar de ciente dessa impossibilidade, essa sensação permanece juntamente com o anseio, com essa vontade ferrenha de aliviar-se com uma imagem real no lago de Narciso.

Somos humildes... não queremos o 100%, basta que nos complete por volta dos 70%. E isso me faz pensar que essa época do ponto de vista social está completamente amaldiçoada. Pessoas e máquinas, máquinas de pessoas, pessoas-máquinas. Nós até levamos em nosso coração a possibilidade de ser mal da idade dos 20... mas não é, já vejo nos pequenos um olhar tão vidrado como a própria alma.

Acho que nossa diferença nos perpetuou a não achar nada suficientemente a altura de nossa loucura. Tudo parece tão aleatório que silênciosamente gritamos: "um pouco de surpresa!".

Nós sabemos... que quando podemos damos ao deleite de ser criança pra conseguir a felicidade pura.