Andei lendo algumas coisas... acordei, merendei, andei, esperei, andei e dormi lendo algumas coisas. Na verdade muitas coisas.
E um texto dizia que somos cheios de solidão, pois ninguém pode sentir o que eu sinto, ninguém pode viver o que eu vivo... no sentido de ser solitário ao ponto da impossibilidade de compartilhar pensamentos, ideias, experiências, sentimentos idênticos. Não que isso seja a busca do ideal, foi apenas uma forma de exemplificar a veracidade da suposição.
Eu já tinha isso ecoando nas lacunas da mente, mas mesmo assim foi bem esclarecedor. Então, não é novidade que isso ficou martelando, e eu pude ver isso em tempo real.
Esse é um dos raros momentos que inicialmente começa com a falta, e imediatamente transborda o sentido de tudo isso. É tão vasto e imenso que predomina a admiração, gerada talvez pela noção da própria significância.
Porque não é preciso ter câncer, leucemia, avc ou qualquer outro mal desse e de outros séculos pra estar a caminho da morte.
A cada ano, mês, semana, dia, hora... um pedaço se desprende, e percebo que a única diferença é a incerteza da causa que determinará a hora de terminar o texto, o grande roteiro que é a vida.
Talvez o segredo de tudo isso não seja a busca em algo exterior que dê sentido.
Pra que a vida, pra quê morrer? O morte tira o sentido de viver? A vida tira o sentido de morrer?
Como um conceito pode dar sentido ao outro?
Nós damos sentido pra viver, e nós damos o sentido pra morrer.
Então eu coloco o sentido pra minha vida, eis que tentarei a cada momento ter a consciência que é único e eterno naquele instante.
Meus olhos estão solitários como naqueles dias, quando instintivamente eu queria abdicar do que era a vida, por inocentemente prever que apesar de estar cercada de pessoas que me abraçam, ainda sim estarei tão só nesse mundo.
Porque um dia, uma hora eles se vão... na verdade todas as noites quando dormimos nós partimos.
É um tempo que só passa no relógio, mas pra nossa cabeça nós paramos.
Esses dias eu vou estar distante, meus olhos vão se perder nas árvores distantes de uma mini selva que avisto de uma brecha da sala. E quem me dera que me dessem um pouco de quietude ...
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