Saturday, June 9, 2012

Um Pesadelo Sem Fim

Quando a realidade se confunde com um sonho, na verdade, um pesadelo em câmera lenta. Medo, angústia, paranoia, loucura, falta de noção corpórea, falta de noção de espaço... e todo mundo parece um serial killer querendo te levar pro batedouro.

E você foi sutilmente induzido. Um dos efeitos é esse: o que eu estou fazendo aqui agora, neste lugar, com essas pessoas, e o que vão fazer comigo? E sua vontade é correr pra casa. Fugir. Parecia que tinha menta no coração.

De repente você está dentro de um carro, e muita fumaça. Ele está andando em círculos? Ou sua cabeça está girando? O caminho parecia que não tinha fim, e parecia que tinha 5 minutos viraram 1 hora. E eles testando seu grau de consciência com perguntas retóricas.

Agora estamos numa garagem em qualquer lugar, e as coisas começaram a ficar estranhas. Medo! "Por que estamos parados aqui agora? Por que não fomos onde deveríamos ir? O que nós estamos esperando?". Mania de perseguição e paranoia foram ativadas e "há algo de muito errado comigo". Todos eles! Que lugar era aquele?!

Andando em direção a saída, uma ligação pra salvar sua vida. E você desceu da garagem sem saber onde estava. Andou em direção aos homens do 'guichê', pra ninguem fazer nada com você.

 "A mãe, chame a mãe. Sim, eu acho que estou aqui. Não, não sei onde estou, acho que estou aqui,". 


"Pegue! Pegue um taxi!".

E só depois você avistou que o lugar era familiar, olhou pra trás pra ver se alguem não te impediria, achou um carro branco ligado, e bateu no vidro do taxi. Sua primeira reação foi dar seu endereço.

"Anota, anota, antes que eu esqueça."

E dentro do taxi, nada parecia real. Haviam dois caminhos, duas estradas, que se completavam em blocos a medida que o carro avançava. Eu não conseguia reconhecer o lugar. O motorista falando, será que ele era real? Será que ele estava me levando pra casa ou era mais um dos conspiradores querendo me enganar? 

"Eu não sei qual a velocidade que estou falando pra você. As coisas estão muito lentas pra mim."


"Não, você está falando normal".


"Não, eu estou falando gaguejando, meu pensamento, consciência, fala, audição estão fora de velocidade".

Aqueles 20 minutos duraram 3 horas na mente. Parecia que não tinha fim! A estrada se montava em blocos, e se montava, eternamente se construía na minha frente.

Chegando em casa, desespero! Raiva, ódio, decepção, angústia, medo, vergonha, nojo, choro!


E você não conseguia dizer o que estava sentindo, porque seus sentidos estavam confundidos. 


Será que estava realmente em casa? O corpo, por que não o sentia? A velocidade, seu pensamento mais rápido que sua capacidade de se expressar, confusão!


Algumas horas de contar repetidamente a história, meio sem começo, sem fim, sem meio, sem nexo causal, parecia que não tinha fim. Um revelação! O sonho, foi tudo igual ao sonho de noites passadas! Em forma de metáfora, tudo se repetindo.


E isso foi pra você ter realmente certeza que ele existe. E ele provou da pior forma possível, para não ter nenhum tipo de dúvida, nenhuma! E para você ter certeza de quem você é, você morreu primeiro. Na total falta dos sentidos, tudo fez sentido, tudo. 


E você tem que me lembrar, lembrar de todas essas coisas. E você não dormiu, porque tinham várias luzes, brancas e coloridas. Espasmos!

Seu medo era não acordar do pesadelo, ou acordar, e ainda continuar no pesadelo. 


E nunca mais você quer abrir sua caixa de pandora e soltar todos os seus monstros internos. Imagine todos os seus medos consumindo sua mente de uma vez só? Uma quase morte.

Uma parte de mim quer esquecer as sensações do pesadelo, outra quer lembrar dia após dia. Porque eu quero ser quem eu realmente sou. Com tantos medos guardados dentro de mim, sou minha própria refém.

Eu sei o que com certeza não quero. Não quero essa vida do pesadelo! É triste, é vazia, é a loucura que não tem fim, a angustia sufocante e desesperadora. Se não consigo me perdoar, quem me perdoará? Ainda tenho muita raiva de mim, e muita decepção de mim.


Após essa terrível e inesquecível queda no precipício eu sei quem eu sou, e eu não sou mais um deles, e nem serei.

Ele me deu mais uma chance, a ultima.