Malditos murmúrios que ecoam na nossa mente. Que trágico! Estamos em declínio! Agora tudo o que mais queremos é sumir. Mas ninguem entende o porquê. Não é por causa das dificuldades, dos problemas e de todas essas coisas superficiais negativas... é por causa da negatividade em si. Ora, é inabitável esse lar absolutamente corrompido. Para qualquer lado que nós olhamos, qualquer caminho que nós escolhemos... sempre essa 'humanidade' tão nefasta assombrando a nossa existencia como um terrível gancho cravado na nossa espinha. Ele dói quando nos movimentamos. E como resistir, sem o andar, sem a dor de cada passo dado? Estamos condenados.
Porcos infames! Todos eles, reunidos em seu ciclo putrificado cheio de um sebo pastoso e repugnante, lambem uns aos outros num gesto desprezível que chamam falsamente de 'simpatia'. Ah, quão admirável é essa vã gentileza de ser irritantemente cordial, quando se desvaloriza aquilo que realmente deveria ter algum significado na vida. E definitivamente, não queremos mais fazer parte disso.
Quanto mais chances damos, mais certeza nós temos: que desperdício de tempo acaba sendo tentar acreditar que existe alguem tão diferente quanto nós. Sociedade envenenada! Esse amargo encontra o perfeito repouso em nossas entranhas, e vai fazendo o agradável favor de nos adoecer a cada apunhalada na nossa alma.
O que antes era o doce, se tornou pó. Desfigurado, sem significado, é algo que se dissipa quando um ar mais forte atravessa a janela do seu quarto. Mas não é. Nós sabemos que não é assim que funciona essa maquinaria velha e enferrujada bombeada por um frágil tambor vermelho.
Nos construímos com tanto esforço. Foram tantas lutas, recheadas de vitórias, mescladas com derrotas... e sempre nos reerguendo, mesmo estando prestes a nos afogar na poça de todas as dores internas. Sempre nos reerguendo.
Mas as vezes precisamos simplesmente parar, e se estamos caindo, apreciar com nobreza a nossa própria queda. Eis como distinguir o homem bom do mal: nós só mostramos quem realmente somos quando não há mais nem esperança para clamar.
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