É um ledo desatino. Medo? Nós só soubemos o real significado disso quando a vida ganhou um sentido, então, nós tivemos medo de voltar para aquela estrada assombrosa e vazia sem destino. Mas aí vem o segredo da eternidade dos sentimentos: eles podem sim infinitos, mas são tão limitados na prática. O outro! Aquele que deu o sentido e depois o retirou!
Acusados pela falta de empenho em amar, tão injustiçado por ter sofrido, suportado, superado, perdoado o outro pelas mais diversas formas de falta de respeito e humilhações que antes seriam sumariamente insuportáveis, nós ainda sim somos a tal falha, os culpados.
Quando vem naquela balança que sustenta o coração e o cérebro, e você lembra de tudo o que você fez tão pacientemente pra não deixar que aquilo tão precioso fosse extinguido, você se sente o mais bobo dos bobos. O seu melhor foi sempre insuficiente, desclassificado e desvalorizado. E você é descartado como um lixo qualquer na cidade descartável, fútil, contemporânea da pura superficialidade.
E nós queríamos uma, duas , três, quatro.. infinitas vidas ao seu lado. Mas que tolo nós somos... achar que ainda seriamos abençoados depois de tantas maldições. Como nos enganamos só pelo fato de ter fé, de acreditar por querer acreditar que desse certo.
Numa sucessão de erros após se permitir sentir depois do primeiro passo, do primeiro olhar, do primeiro encanto, quase nos arrependemos de ter deixado de ser aquele 'monstro inumano'. Mas não. Temos orgulho de ter dado o nosso melhor mesmo quando não era considerado como tal.
Sim, vamos sofrer, como sempre sofremos até hoje. Viver nunca foi uma alegria, e quando foi, foi facilmente tristeza também. Não se preocupe, não faremos nenhuma besteira. Estamos acostumados com a dor. Isso não implica em nada em termos de dificuldade. Podemos sofrer um dia após o outro, algumas vezes mais, outras menos....
Tudo desmorona no silencio interno das nossas almas, enquanto apenas sobrevivemos dia após dia.
Mas isso é algo só nosso.
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