Sunday, March 18, 2007

Faça isso parar.

E de repente, se queimou com o próprio brilho. Dói no corpo, dói na alma.... Das juras de noites quase felizes, porque não foram reais, apenas se perdeu mais. Diz que daqui pra frente, esse ar que lhe dá sustento a matará. E desejou por alguns momentos parar com o sofrimento, de morrer no silencio e sobre o relento. E quem veria ou se importaria com mais um corpo estendido sobre esse chão que de nada é firme? Por alguns instantes admirou nos pulsos uma marca sugestiva, aquela que faz sentir que tudo se resolve abrindo-a, para contemplar uma destruição lenta e ao mesmo tempo justa.
Essa não é uma noite qualquer, e nem mais um sonho que vai se perder nos labirintos da mente. E talvez, se acordasse disso, fosse menos infeliz. E até não perdesse algumas horas pensando nos porquês, pra quês, de quês, e como quês...
Não foram 6 minutos, 6 horas, ou 6 dias... Foram seus 6 anos. Eles se foram assim, na auto-ilusão de querer tornar seus desejos reais. Digo que não são sonhos, porque destes tem-se medo de que eles não se concretizem. Porque sonho é aquele que se tentarmos firmemente, conseguiremos algum dia. Mas que diabos queria? Quando se quer algo, é fácil. Mas o maior tormento do humano é querer outro humano do seu lado. Isso não depende de força de vontade.
Agora já não faz diferença... Isso não é nada diante da bagagem que já tinha nas costas. É apenas mais um peso que alguém mandou você levar, só pra ver realmente se é capaz de chegar finalmente lá naquele lugar.
E são tantas cabeçadas nessa parede de concreto, parece que mais nada vai fechar esse buraco oco.
No meio do caminho parece que só vem desgraça. E quanto procura algo em que acreditar, mais se perde na tempestade. São barulhos terríveis, trovoadas numa mente que não conhece o significado de “sadia”. De novo estica os dedos, das duas mãos, e bate um no outro, atrás de fazer alguma coisa se encaixar e dar certo numa vida maltratada de incertezas.
Então, só resta se desesperar, porque só tem as próprias mãos pra a si mesmo confortar.
Joga elas na cara, enxuga todo esse rio de tristeza e esperança.
Já passou da hora de dormir.
Agora, feche os olhos, e tente acreditar que não vai acordar mais, ou que por sorte não vai ter os mesmos problemas de ontem.
Assim é minha vida.