Friday, November 5, 2010

"De que luta eles não se retiram?"




Vamos começar com uma breve definição da wikipedia:

"O movimento estudantil é um movimento social da área da educação, no qual os sujeitos são os próprios estudantes. Caracteriza-se por ser um movimento policlassista e constantemente renovado - já que o corpo discente se renova periodicamente nas intituições de ensino."

O movimento estudantil surgiu no Brasil em uma época de opressão política: na ditadura militar. Jovens intelectuais engajados na vida acadêmica discutiam sobre o cenário político brasileiro. Eles não eram só palavra, eles também tinham ação. Saiam nas ruas com suas faixas, rostos pintados, blusas com frases impactantes com objetivo de mudar a realidade brasileira. Brasil era um país massacrado pela ditarura.

Hoje em dia nós ainda temos os movimentos estudantis.

Mas sem a ditadura, esses estudantes lutam por que causa?

1- Um movimento social da área da educação


Disso não podemos reclamar. Eles surgem do berço da universidade, dos mais variados cursos. Geralmente são estudantes que demoram o dobro do tempo estipulado pra conclusão da graduação. Por que? Por serem exatamente intelectuais e engajados politicamente que não se dedicam pra própria educação.

2 - Um movimento policlassista

Sim, o movimento estudantil defende o direito de várias classes. Principalmente do partido político que todos fazem parte. O que geralmente acontecem nos congressos estudantis: GTs, mesas de discussões, apresentação de trabalhos, votação de bandeiras... eles não tem como prioridade a melhoria dos cursos, da infraestrutura da universidade, da grade curricular, das vagas, dos problemas que realmente deveriam ser discutidos e terem as soluções votadas.

Não. Eles falam da burguesia como se estivéssemos vivendo em burgos. Eles falam do capitalismo como se não fizessem parte dele. Eles criticam programas do partido concorrente como se não fizessem parte do partido oposto, e eles querem que a bandeira estudantil apoie isso.

Eles se vestem com as piores roupas pra mostrar que fazem parte da classe necessitada. Mas frequentemente estão viajando para os mais diversos estados brasileiros ou qualquer outro país da américa do sul. Tudo pela causa estudantil.

Sim, é um movimento policlassista: eles viajam pela as mais variados lugares e conhecem as mais diversas camadas sociais mundo a fora.

3- constantemente renovado

Porque tudo que é ruim tem que ter um recomeço. É uma minoria de pseudo-intelectuais que conseguem uma força bruta quando estão juntos. Mas eles são os espertos e sabem de todas as mazelas da universidade. Eles sabem como conseguir recursos, como viajar pelo país inteiro pela causa estudantil, como fazer festas culturais e arrecadar pencas de dinheiro com bebidas e sempre fechar o caixa negativo pra próxima gestão. A culpa é sempre do DCE anterior. Impostos sonegados, dividas das carteirinhas nao pagas...

E você se pergunta:



"De que luta eles não se retiram?"

Da vida boa que é o movimento estudantil sem ditadura, sem causa nenhuma.

Friday, September 24, 2010

Axiomas



A satisfação e a não satisfação tem o mesmo efeito em você. E no final era aquilo que você queria, mas aquilo se torna tão pequeno e irrisório, tão simples e tão vulnerável, que já não é um motivo de alegria, ou de bons sorrisos. Que bobo! É pequeno mesmo. Realmente é um sopro sutil no peito. Pequeno, sutil e fraco... algo que não merece tanta importância assim, superestimado.


Você é a atração e a multidão ao mesmo tempo. Você canta, encanta, grita, sorri e chora no mesmo show. A parte importante disso é como você consegue desvendar os outros e si mesmo, como você superar as adversidades e se superar.

II- Duas substancias que tenham atributos diversos nada têm em comum em si. (Ética, Espinosa.)

Como me descobrir pelo outro?

E levando isso pro lado da subjetividade: é pelo o outro (o seu não-ser) que você descobre quem é você. Porque precisamos de parâmetros, nós precisamos saber o que não somos pra saber o que somos. Sem referencias, sem provar dos sabores(doce) e dos dissabores(amargo) você não poderia dizer que aquele é e este é.

E quando digo, meu amigo, que preciso saber a causa disto ou daquilo, é porque preciso saber o que está acontecendo ao meu redor, eu preciso entender você nesse mundo, pra que eu possa me entender nele também. Costumam dizer "entender o mundo", como se fosse algo aquém, mas esse mesmo mundo é constituído de pessoas, e são elas que modificam a realidade, são elas que moldam o mundo, elas que o transformaram antes mesmo deu e você nascermos.

E se por acaso essa causa me é privada, se a sua lógica é camuflada e negada, que eu posso fazer? Me perder mais ainda nas veredas dessa humanidade? E se o que eu descubro é o máximo que me é permitido, o que ainda devo fazer ali? Estagnar naquilo que apenas me limita mais ainda?

Pela primeira vez é um texto sem final. Eu ainda não sei o que fazer. Não.. eu sei sim o que fazer.

Só não sei como.

Saturday, June 26, 2010

Sentimentos Nômades 2



Estamos de passagem neste mundo, eu e eu mesmo estamos acampando em vários pontos diferentes, mas permanecemos na mesma terra, no mesmo grande lar de todos os outros. Tudo que vivemos é aproveitado o quanto podemos. Dizemos o que realmente transborda de nossas almas, sussurramos aquilo que internamente é gritante, e externamente quase sem sonoridade.

E somos grandes demais para si mesmos. E eu creio que me faltaram pessoas nos tempos juvenis, porque só agora sinto a felicidade de uma possível boa humanidade.

Todos os dias nos encontramos, todas as noites nos perdemos. Nós temos que nos separar alguma hora, nós teremos que nos separar um dia por todas as horas. E eu me perco nessas perdas cotidianas, eu me perco nessas perdas de mim no outro, de partes não-minhas que eu encontro nos outros.

A impotência por não poder pegar os meus pedaços perdidos pelos caminhos, a consciência de que somos tão iguais quanto diferentes, a dor de perder aquilo que nem poderia me pertencer, a despedida dura e cruel do que eu gosto causada pela minha racionalidade(que mais me parece emocional)... Somos frágeis.

Somos um viajante de nossos próprios sentimentos, nós cultivamos eles com um amor intenso em cada lugar que passamos, choramos longe das luzes quando os abandonamos, e ficamos aparentemente firmes e fortes para aqueles que nos flagram nessa terrível dor de ter que tornar nossos sentimentos nômades.

Quem disse que isso evitaria sofrimento?

E eu e eu somos um misto de gelo e fogo: esfriando aquilo que mais amamos, e ardendo por dentro porque fatalmente tentando matar o outro em si, acabamos queimando torturosamente o nosso coração.

Nossos sentimentos nômades aos poucos acabam nos matando.

Saturday, June 12, 2010

Bicho na Cidade Selvagem



E no fundo somos catastroficamente ingênuos. O pior que temos uma boa assimilação com o real, mas acabamos por ser decaídos, traídos pelo próprio pensamento.

Entendo bem porque meu tempo foi preenchido, mas eu havia esquecido das causas disto. Docemente-amargamente me vem o por quê, a razão de um cotidiano cheio propositalmente.

O que eu estou achando disto tudo afinal? haha! Não há nada que não seja uma repetição.

Bem, vou voltar pra minha velha natureza com animais institivamente selvagens.

'Meau'.

Friday, June 11, 2010

Sentimentos Nômades




Simplesmente não fomos feitos pra isso. Digo 'nós', sempre 'nós', porque somos vários de si dentro de um só. Múltiplos e opostamente solitários nessa diversidade.

Lembro-me vagamente da idade pueril, do meramente 'ser'. E já carregávamos consigo este fardo que vem remissivamente nos torturar de tempos em tempos.

É como se um peso tremendo repousasse sobre o peito e arrancasse a cada descompasso de tempo um pedaço do restinho do sopro de vida que ainda resiste lá dentro.

De tão inumana que nós somos na essencia, resolvemos cair no deleite dos sentidos mortais.

Mas nós sempre soubemos que não fomos feitos pra isso.

Ou estamos totalmente enganados. Talvez sejamos os verdadeiros humanos nessa história de terror cotidiana. Somo tão humanos que sofremos por isso constatemente. E ser isso nos sufoca, ao ponto de querermos abdicar desses sentimentos.

E mesmo quando queremos nos largar, nos despedaçamos naquilo que nos torna hu-ma-nos.

Pior ainda é confessar que sentia saudades disso. A falta de si para-si.

Bem, a conclusão é sempre a mesma.

A inevitável necessidade de ir embora daqui.