Tuesday, November 27, 2012

Wonderland

Hoje eu criei o meu mundo.

Nós não precisamos comer, beber, comprar, ter, ficar tristes, sentir dor, nem saudades. Nós não precisamos de nada, somente existir.

Friday, November 16, 2012

Come What May





"Porque o que é verdadeiro não se esquece com o tempo, se eterniza na memória."  - R. Obrigada, por tudo, sempre te amarei. E vou te esperar, aconteça o que acontecer, eu estarei a sua espera. Só você soube dar algum sentido nesse mundo tão vazio. Com esse seu jeito tão único de ser, com uma beleza que transcendeu o físico, me mostrou que ainda existem pessoas que valem a pena lutar. Aos poucos eu fui te conhecendo, te reconhecendo, e sem perceber, acabei te amando, desmedidamente. Como o começo é irônico com as decisões... eu não fazia a menor ideia que aquela menina de cabelos longos e negros, pele clara, e olhos tão enigmáticos iria me levar para um outro mundo, o mais real de todos, aquele que só importava e só fazia sentido quando eu estava com ela. O que seria de nós sem aquela noite acidentalmente fatal cruzando as nossas vidas? Eu sei o que seria de mim. Eu nunca ia saber que seria capaz de amar alguem tão verdadeiramente, ao ponto de me sentir tão incompleta a cada instante que eu passava sem ela. Mas o destino é sarcástico com as decisões... Quando tudo acabou, minha mãe perguntou: 'mas afinal minha filha, o que ela tem que nós não te damos? Por que você gosta tanto dela?'. Deitada na cama, 2 horas da manhã, eu parei, olhei pro quadro, abaixei a cabeça, meus pensamentos foram pra longe, respirei fundo, e transbordei: 'mãe, só ela me entende, só ela me completa, só ela consegue tirar tudo de mim sem eu dizer nenhuma palavra.' Você faz ideia de como foi difícil confessar isso pra ela? Parecia que você morava nos meus pensamentos, se casou com os meus sentimentos, e plantou uma árvore na minha alma. De repente floriu, transformou nada em tudo. Você me avisou várias vezes: 'isso nunca vai dar certo, isso é errado, você sabe que não tem futuro'. Mas minha amada, tudo o que eu não tinha era você. Nós tínhamos que tentar. Errado seria não ter feito nada. Eu não podia deixar você entrar na minha vida, colocar todas as coisas no lugar, e ir embora tão sorrateiramente. Você era boa demais pra eu deixar você partir sem mim. E agora... isso é o fim? Quantas vezes você acabou comigo! Eu te perdi mais vezes do que me encontrei nesses míseros anos de vida! E eu te perdi. Você se perdeu de mim. Mas que sentimento é esse que não cessa com a ausência,  com a impossibilidade, com toda essa dificuldade? Parece que ganha mais força, e fica cada vez maior, e vai nos consumindo. É maior do que nós. Não é ele que nos faz sofrer, é o fato dele não poder ser mais tão realizável que nos deixa assim, tão inertes e tristes durante os dias. Meu Deus, parece que vivi 2 anos em 2 meses! Parece que essa agonia de sentir tanta a sua falta não tem fim. Acho que nós duas estamos nos perguntando: 'Como faz pra isso parar? Alguma hora isso vai passar. Mas quando? Até quando?'. Até nosso coração finalmente aceitar que nosso amor é impossível. Mas perainda... já sabemos disso. Sempre soubemos. Só o tempo pra acalentar nossa alma. Enquanto isso, eu me isolo cada vez mais, porque nada mais me satisfaz. Cada um lida com a perda de um jeito, e o meu jeito é não fingir que estou bem pra ninguem. Eu mal consigo comer. Tenho que aguentar até quem eu não conheço dizendo 'seu rosto está tão... tão triste.'  Porque agora a dor é tão grande que eu não consigo mais disfarçar pra sociedade um falso coração de ferro. Nunca fui tão humana. E isso é bom, sabe? Tá vendo, tudo tem seu lado positivo. O problema é que nada mais consegue me roubar um sorriso bobo e feliz, porque eu não consigo ser feliz sem você. OH MEU DEUS! Isso vai passar, nós vamos ficar bem, eu prometo, cada uma seguindo o seu caminho. Tá ruim, mas não precisa ficar pior. Não precisa acabar com você tendo raiva de mim. Nós não precisamos disso. Nós somos melhores do que isso. Eu quero ver você bem, e se isso significa ter que abrir mão de você, que o seja. Nós nos fazíamos bem.... tão bem que eu me sentia em outro mundo com você. Tão nosso, tão meu e seu, e eu e você, e mais ninguem. Te amar desmedidamente era a regra, ficar sem você, a exceção. E agora? Não precisamos lutar, não precisamos derramar uma gota de sangue, porém, todas as lágrimas precisam deslizar sobre os nossos rostos. Calma, vai passar. E eles vão te ajudar. Eu queria que você lembrasse das momentos e sentimentos bons que tivemos, tente pensar nisso. Eternize. Não precisa me provocar, me odiar... simplesmente pare de lutar. Foi e é amor, e nada vai mudar isso. O tempo passa, e você vai conhecer novas pessoas. Ame-as, porque o seu amor é intensamente bom e contagioso. Me guarde naquele lugar intocável, escondido, e só seu... me deixe naquele canto escuro entre a estante de livros e a parede do seu quarto. Em mim, você está em todos os lugares, e sempre vai estar. Impossível viver e não te ver por toda parte mesmo sem te ter. Eu poderia incansavelmente falar sobre você, e o que você causa em mim. Assim como eu poderia incansavelmente viver tendo você pra sempre do meu lado. Mas o destino é imprevisível com as decisões... Antes eu sem você e você sem mim, depois nós, agora eu sem você e você sem mim. Qual a lógica do amor? É o ser amado e o amante nunca conseguirem explicar o amor, apenas sentir que ele rasga com toda a fúria a sua alma, une dois corpos como se fossem um, e torna a existencia de ambos a condição essencial para que exista aquele negócio chamado de felicidade. Você me fez feliz, e vai me fazer muito mais feliz se ficar bem, mesmo sem mim. Uma felicidade ambígua  com uma dose de tristeza por eu não poder mais compartilhar os momentos felizes com você. Obrigada por tudo. Eu estarei esperando por você, em todos os rostos que eu acidentalmente conhecer, em todos os livros que eu vou ler, em todas as noites que eu vou ficar sem dormir, em cada canção que você colocou enquanto conversávamos ou fazíamos amor, na beira da praia... Mesmo que seja uma espera eterna e vã... Come what may, Eu te amarei até... até o fim dos tempos.

Wednesday, November 7, 2012

Agridoce Amor, O Único.


Eu a conheci no lugar mais inusitado e improvável de achar alguem interessante. Das memórias que ainda vou conseguir guardar dessa vida(sim, porque são várias vidas numa só), a noite que meus olhos cruzaram com os dela, eu nunca vou esquecer, foi o começo da ilusão mais real que eu já vivi. Porque ela olhou pra mim como se já me conhecesse, invadiu as janelas da minha alma, e me beijou como se estivesse me adiantando um amor, um frágil amor.

Acostumada com vários rostos descartáveis numa noite só, ela foi diferente. Quase foi como os outros, mas não foi. Que diferença, que linha tênue é esse entre o tudo e o nada, é o quase, que pode seguir em frente, ou ficar no seu passado como mais um fato cotidiano.

Ela veio atrás, mas depois não veio mais. Então eu fui atrás, e saí do 'quase'. Eu senti aquela coisa estranha no peito, no estomago, na alma. Era tão complementar, que parecia ser tão surreal. Era bom demais pra ser verdade. E como o quase, veio o talvez, talvez não fosse mesmo. Nós pagamos pra ver, não tinhamos nenhuma jogada na mão, e nenhuma ficha, então, apostamos nosso coração.

O primeiro convite, minha recusa. Parecia uma brincadeira pra ela, uma das suas jogatinas. Me senti mal, mais um objeto na sua feira de vaidades. Então, saindo do 'quase' de novo, indo pelo sim, eu resolvi não deixá-la ir embora.

Sentada na beira do mar, só era existia eu e ela no mundo. E eu fiz o inusitado, saí da minha caverna, tinha achado um motivo pra não viver mais só. Eu queria que fosse real. Eu cometi o pecado de sonhar e querer que ele se tornasse real. Ela me avisou que nunca daria certo. Vi tanto medo nela. Medo de dar certo. Medo de perder o controle, e estar errada. Ela tinha medo porque não acreditava em nada.

E foi então que o 'nunca vai dar certo' começou a fazer sentido. Todos os encontros, uma partida, uma despedida, um fim e as vezes um recomeço. Ela estava perdendo o controle, e retomando ao mesmo tempo. Enquanto isso, eu me dilacerava.

Eu amava o inexistente. 

Eu sempre amei o amor, porque ele sempre existiu em mim. Ele é tão sublime que a cada perda ele só fica maior, e mais incabível em mim. Quanto mais motivos eles me dão pra não acreditar, mais eu acredito nele. Sabe por que? Porque ele existe em mim.

Você existiu em mim junto com ele. Por isso pareceu real. Já era algo que sempre esteve dentro de mim, e nunca sairá. Você veio, conseguiu despertá-lo, e fez com que eu só conseguisse te amar. Ele só ama você. .

Mais uma vida, quantas ainda temos? Nós chegamos a conclusão que você nunca nos mereceu, porém, amar nunca foi uma questão de mérito.

Sempre fomos colocados em dúvida quando tudo o que faziamos era ser a verdade. Mas como todas as outras pessoas, você não estava acostumada com a verdade, numa vida de superficialidades, a verdade se torna intragável demais pra você conseguir conviver com ela.

Tudo que pedimos foi a verdade. Respeito. Meu amor não consegue viver na mentira, ele não consegue ser constantemente humilhado, desrespeitado.

Você tinha o melhor. O meu melhor, nunca tão revelado e doado pra alguem como foi pra você.

Mentiras, camufladas de 'omissões'.

Tanta coisa que eu descobri e suportei calada. Tanta coisa que eu não fiz e acabei sendo condenada.

Não devo nada a ninguem, e nem preciso agradar ninguem. Sou o que simplesmente sou, e se a vida vale a pena ser vivida, só se for pela verdade, a coisa mais limpa e menos cultivada pela humanidade.

Princípios, valores, virtudes, caráter. Nada disso faz sentido no misto de gelo e fogo se não existir amor.

E meu erro é te amar e ter esperado isso de volta, agridoce amor.









Sunday, October 7, 2012

Mais Um Dia Qualquer

Não sei porque, mas refurei minha orelha com uma agulha. Meu terceiro furo abandonado. Idas e vindas da agulha, e a dor já não me parecia tão ruim assim. Até que finalmente consegui.

Perdi 3kg. Não consigo merendar de manhã, na verdade, não sinto vontade nenhuma de comer. Minha mãe diz "pa pa pa pa leucemia, começa a comer pouco, qualquer porcaria, de repente leucemia." Mentalmente... 'bem, se fosse rápido, não teria problema.' Que droga é não ter medo da morte. Da rápida, porque a lenta eu dispenso.

Comprei até a pomada pra colocar o piercing na lingua. Recepção ZERO aqui em casa. Mas, no final, não vale a pena mesmo. Qual a diferença hein? Na lingua ninguem ia ver mesmo. Mas não, foi como se tivesse soltado uma bomba atomica. Mãe 'piercing na lingua, ai sim, rapaz, animal, coisa de animal.' Coisa de animal é sair matando gente por aí. Eu não ia tá fazendo mal a ninguem, era só um metal qualquer na boca.

Bem, fiquei com desgosto. É uma coisa tão imbecil, e não posso fazer porque desaprovam. Tá, nem quero mais mesmo.

Que vida é essa que não pode ser vivida? Essas coisas tão pequenas e bestas, tão mínimas, tão.. dispensáveis. Sufocante.

Nunca me arrependi por querer saber das coisas. Mas... é bom e ruim ao mesmo tempo. As máscaras caem com uma facilidade tão grande na minha frente, a verdade vem de 'mãos beijadas'. Sei de tanta coisa, mas não falo nem 25% delas. Não posso falar. Talvez seja aquela ponta da esperança: "não, ele vai contar a verdade, sim, alguma hora ele vai querer ser verdadeiro. Irei esperar."

Dando chances... mas tudo tem o seu momento. 

Estou tentando entender por que me provoca tanto. Amanhã já não vou mais tentar entender. É assim que funciona o desencanto. Poderia ser tão saudável, tão bom, tão feliz. Não, não poderia, porque NÃO PODE SER, não deve ser! Acho que existe uma regra no universo que determina que gostar é inversamente proporcional ao suposto bem estar que você deveria sentir.

Talvez a culpa seja minha. Faço de tudo para que não.

Pior que eu já tõ cansando disso. Já tá ficando chato, sem graça. Mais uma vez... uma eterna repetição.

E a minha memória só funciona pras palavras mais dolorosas que escuto:

"A verdade de hoje pode ser a mentira de amanhã."

Uma das coisas que você disse que definitivamente, nunca esquecerei.



Conhecimento, como provar do seu sabor sem ser expulso do paraíso? Mesmo calado, ainda sim sou culpado por simplesmente 'saber'.

Monday, September 24, 2012

A Minha Natureza Selvagem



Sim, vamos partir em busca do nosso rumo, vamos abraçar a vida com toda força que temos, vamos viver sem medo e amar, e sem medo e sucumbir pelos nossos ideais.

Somos um viajante de nossos próprios sentimentos, nós o cultivamos com um amor intenso em cada lugar que passamos, choramos longe das luzes quando os abandonamos, e ficamos aparentemente firmes e fortes para aqueles que nos flagram nessa terrível dor de conviver com sentimentos nômades.

Estamos de passagem nesse mundo, eu e eu mesmo estamos acampando em vários pontos diferentes, mas permanecemos na mesma terra, no mesmo grande lar de todos os outros. Tudo o que vivemos é aproveitado o quanto podemos. Dizemos o que realmente transborda de nossa alma, sussurramos aquilo que internamente é gritante, e externamente quase sem sonoridade. 

Esse livro é uma história alternativa da minha vida. Ele me liberta, e eu creio que também fará com que seu espírito flutue através das palavras, que você acredite que é possivel tornar os seus sonhos reais.

Sim, vamos pegar nossas mochilas, rasgar nosso dinheito e viajar juntos, porque "a felicidade só é real quando compartilhada."

Tuesday, August 28, 2012

"Esqueça"

Inexplicavelmente triste. Que pena, poderia ser por causa de alguém, mas continua sendo um sentimento só meu.

Wednesday, August 8, 2012

Se Eu e Você [música]



Hoje é o dia em que você escolhe
Se fica aqui ou se vai embora
Todas as vezes que nos perdemos
Eu disse 'não chore'

Hoje é o dia de um sim ou não
Vamos juntar ou separar de vez
Todas as vezes que você foi
Eu disse 'vai, mas volte'

[REFRÃO]
E se tudo ficar confuso
Eu vou estar do seu lado
E se tudo der errado
Nós vamos ficar juntos
Juntos, juntos, nós vamos ficar

Idas e vindas, essa é a historia da nossa vida
Nesse balanço descompassado do mar eu mal posso aguentar
Ainda é cedo, nós somos tão jovens pra dizer adeus
O que ficou para trás são águas passadas
Hoje é o dia de dizer sim ou não

[REFRÃO]

E se tudo ficar confuso
Eu vou estar do seu lado
E se tudo der errado
Nós vamos ficar juntos
Juntos, juntos, nós vamos ficar



O que ficou para trás são águas passadas
Hoje é o dia de dizer sim ou não


E se isso é tudo que nós queremos
Por que tanto é que negamos?
E se a vida passa e o tempo não espera
Apagam as luzes e só resta eu e você

Saturday, June 9, 2012

Um Pesadelo Sem Fim

Quando a realidade se confunde com um sonho, na verdade, um pesadelo em câmera lenta. Medo, angústia, paranoia, loucura, falta de noção corpórea, falta de noção de espaço... e todo mundo parece um serial killer querendo te levar pro batedouro.

E você foi sutilmente induzido. Um dos efeitos é esse: o que eu estou fazendo aqui agora, neste lugar, com essas pessoas, e o que vão fazer comigo? E sua vontade é correr pra casa. Fugir. Parecia que tinha menta no coração.

De repente você está dentro de um carro, e muita fumaça. Ele está andando em círculos? Ou sua cabeça está girando? O caminho parecia que não tinha fim, e parecia que tinha 5 minutos viraram 1 hora. E eles testando seu grau de consciência com perguntas retóricas.

Agora estamos numa garagem em qualquer lugar, e as coisas começaram a ficar estranhas. Medo! "Por que estamos parados aqui agora? Por que não fomos onde deveríamos ir? O que nós estamos esperando?". Mania de perseguição e paranoia foram ativadas e "há algo de muito errado comigo". Todos eles! Que lugar era aquele?!

Andando em direção a saída, uma ligação pra salvar sua vida. E você desceu da garagem sem saber onde estava. Andou em direção aos homens do 'guichê', pra ninguem fazer nada com você.

 "A mãe, chame a mãe. Sim, eu acho que estou aqui. Não, não sei onde estou, acho que estou aqui,". 


"Pegue! Pegue um taxi!".

E só depois você avistou que o lugar era familiar, olhou pra trás pra ver se alguem não te impediria, achou um carro branco ligado, e bateu no vidro do taxi. Sua primeira reação foi dar seu endereço.

"Anota, anota, antes que eu esqueça."

E dentro do taxi, nada parecia real. Haviam dois caminhos, duas estradas, que se completavam em blocos a medida que o carro avançava. Eu não conseguia reconhecer o lugar. O motorista falando, será que ele era real? Será que ele estava me levando pra casa ou era mais um dos conspiradores querendo me enganar? 

"Eu não sei qual a velocidade que estou falando pra você. As coisas estão muito lentas pra mim."


"Não, você está falando normal".


"Não, eu estou falando gaguejando, meu pensamento, consciência, fala, audição estão fora de velocidade".

Aqueles 20 minutos duraram 3 horas na mente. Parecia que não tinha fim! A estrada se montava em blocos, e se montava, eternamente se construía na minha frente.

Chegando em casa, desespero! Raiva, ódio, decepção, angústia, medo, vergonha, nojo, choro!


E você não conseguia dizer o que estava sentindo, porque seus sentidos estavam confundidos. 


Será que estava realmente em casa? O corpo, por que não o sentia? A velocidade, seu pensamento mais rápido que sua capacidade de se expressar, confusão!


Algumas horas de contar repetidamente a história, meio sem começo, sem fim, sem meio, sem nexo causal, parecia que não tinha fim. Um revelação! O sonho, foi tudo igual ao sonho de noites passadas! Em forma de metáfora, tudo se repetindo.


E isso foi pra você ter realmente certeza que ele existe. E ele provou da pior forma possível, para não ter nenhum tipo de dúvida, nenhuma! E para você ter certeza de quem você é, você morreu primeiro. Na total falta dos sentidos, tudo fez sentido, tudo. 


E você tem que me lembrar, lembrar de todas essas coisas. E você não dormiu, porque tinham várias luzes, brancas e coloridas. Espasmos!

Seu medo era não acordar do pesadelo, ou acordar, e ainda continuar no pesadelo. 


E nunca mais você quer abrir sua caixa de pandora e soltar todos os seus monstros internos. Imagine todos os seus medos consumindo sua mente de uma vez só? Uma quase morte.

Uma parte de mim quer esquecer as sensações do pesadelo, outra quer lembrar dia após dia. Porque eu quero ser quem eu realmente sou. Com tantos medos guardados dentro de mim, sou minha própria refém.

Eu sei o que com certeza não quero. Não quero essa vida do pesadelo! É triste, é vazia, é a loucura que não tem fim, a angustia sufocante e desesperadora. Se não consigo me perdoar, quem me perdoará? Ainda tenho muita raiva de mim, e muita decepção de mim.


Após essa terrível e inesquecível queda no precipício eu sei quem eu sou, e eu não sou mais um deles, e nem serei.

Ele me deu mais uma chance, a ultima.






Sunday, May 20, 2012

O Perfume do Amor





Qual é a sua cor? Ele está aí no seu pescoço. E eu me sinto mal por ser tudo tão breve dentro de mim. Talvez me sentisse pior se fosse tudo tão inacabável. E ainda no talvez, só talvez, seja tudo eterno, tão inacabável naquele momento, somente naquele pequeno pedaço guardado a sete chaves dentro de mim.

A brevidade me assombra tanto que eu antecipo as perdas. Ainda não consegui antecipar a minha brevidade aqui. Ninguem sabe o que passa aqui dentro, por baixo de tantos sorrisos e expressões exageradas. Que inacabável, nós somos uma farsa.




Ninguém...


...sabe...


como é.

Friday, May 11, 2012

16:25


Essas raízes encravam no meu peito
Meus pedaços voam e caem pelo chão do pátio
Meu grito não tem voz, tamanho, nem cor
Como um feixe de luz perdido no espaço
Eu me dissipo, apenas resisto
Corre, me abraça, e disfarça
Ainda são dezesseis e vinte e cinco

NO SILÊNCIO DOS CORPOS( A dança dos amantes - pintura de Jacqueline Klein)

Saturday, March 17, 2012

Efeito Espelho





Nada agradável. Senti por algum tempo a sensação que eu causei em outrens. Um misto de raiva, ciumes, desejo, decepção, incompreensão, insatisfação... Uma receita que não dá pra colocar aqui e ter um resultado verossímil. Minha vontade era de ir embora, sem dar satisfações, nem indícios do que alavancava no meu peito. Bombas me implodindo caoticamente.


E a total falta de necessidade me mutilou. Eu cometi um erro.

Eu poderia dizer que é o mero acaso, um acidente de percurso. Mas nós bem sabemos que eu pago minhas dívidas.

Não é novidade que vivo me cansando dessa vida. Desse jeito tão medíocre de viver! Sinceramente, cansei.

Tanto racionalismo, nada de sentido. Tanto nadismo, nada de sentido. 

Queria ir pra bem longe de tudo. Isso não é de hoje, é de sempre. 


Raro é o dia que isso não me assombra...


Como uma bruxa em frente ao espelho, eu só quero quebrá-lo.

Sunday, February 12, 2012

Cuspindo Sangue

Terrível  raiva que me corroi nas entranhas!
Se eu não escrevesse talvez eu cuspisse sangue!
Esse lado imundo do ser humano de querer tirar vantagem com um cinismo irritante.
Pessoas que morrem por tão pouco são aquelas que não valem quase nada.
Se houvesse uma profissão que me faria completamente feliz seria a de 'assassino justiceiro'.
Não, a morte não é a justiça, mas sim a tortura que a precede!
Fazer gotejar o arrependimento a cada profunda agulhada de dor!
Que satisfação grandiosa não é a confissão da verdade quando se percebe que ela pode custar a propria vida?
Verdade antes não cumprida e nem proferida por que o ser humano adora uma imundice.
Vontade dilacerante de fazer cumprir a palavra!
Não exitaria em torturar um pouco e apertar o gatilho.
Essa mania insistente de subestimar minha nada humilde inteligencia.
Eu digo o que você ganhou nesse golpe dessa vez:
A insaciável necessidade de ver seu desespero e arrependimento pingando no chão da sua imundice!

Thursday, January 5, 2012

A Lógica da Valsa


 
É a lógica da vida: você só pode viver quando você entra em sintonia com a vida. É aprender novos passos, novos fatos, atitudes, visões, decepções, alegrias e ações, e seu parceiro segue o ritmo. Mas estamos dançando sem par, sozinhos. E mesmo com alguem seguindo os passos, ainda sim estamos sozinhos.

As memórias se dissipam no espaço vazio. Pessoas são tão surreais como qualquer personagem de um livro. Farsantes da prórpia existencia.

E se suas lembranças durassem assim como acaba o dia? Porque pela lógica da dança, tudo começa e também acaba na vida.

Eu aceito quase todos os dias o fim de tudo, daquilo que mal começou, o que já é por si o fim. O mal do século é não se importar, ou só se importar consigo, ou na pior das possibilidades, realmente não se importar com nada.

Existe um lugarzinho pequeno e intocável em mim que guarda as raríssimas boas  pessoas que um dia foram. É a ponta de esperança que não dá o direito de qualquer um chegar e destrutir o que há de bom em mim.

Entre castelos e cabanas nada desperta o interesse em mim. Quando o que você precisa é mais do que existe em você, nada é suficiente.

Hoje eu sinti tonturas e náuseas, quase uma reação alérgica a vida. Aquela sensação de colocar pra fora o vazio que habita o seu estômago, o terrível vazio que te assombra de vez enquando. Só então quando me deitei, veio um pouco de calmaria. O sono do nada curando a sensação nauseante da vida.

Mas o que a torna tão insuportável, tão inóspita essa vida?

Não são os lírios, nem os bancos vazios. São aquelas pessoas mediocres poluindo todos os caminhos, enquanto tudo o que você quer é... 


Dançar a grande valsa que é a vida.