Sunday, September 29, 2013

This Is My Own

É um ledo desatino. Medo? Nós só soubemos o real significado disso quando a vida ganhou um sentido, então, nós tivemos medo de voltar para aquela estrada assombrosa e vazia sem destino. Mas aí vem o segredo da eternidade dos sentimentos: eles podem sim infinitos, mas são tão limitados na prática. O outro! Aquele que deu o sentido e depois o retirou

Acusados pela falta de empenho em amar, tão injustiçado por ter sofrido, suportado, superado, perdoado o outro pelas mais diversas formas de falta de respeito e humilhações que antes seriam sumariamente insuportáveis, nós ainda sim somos a tal falha, os culpados.

Quando vem naquela balança que sustenta o coração e o cérebro, e você lembra de tudo o que você fez tão pacientemente pra não deixar que aquilo tão precioso fosse extinguido, você se sente o mais bobo dos bobos. O seu melhor foi sempre insuficiente, desclassificado e desvalorizado. E você é descartado como um lixo qualquer na cidade descartável, fútil, contemporânea da pura superficialidade. 

E nós queríamos uma, duas , três, quatro.. infinitas vidas ao seu lado. Mas que tolo nós somos... achar que ainda seriamos abençoados depois de tantas maldições. Como nos enganamos só pelo fato de ter fé, de acreditar por querer acreditar que desse certo.

Numa sucessão de erros após se permitir sentir depois do primeiro passo, do primeiro olhar, do primeiro encanto, quase nos arrependemos de ter deixado de ser aquele 'monstro inumano'. Mas não. Temos orgulho de ter dado o nosso melhor mesmo quando não era considerado como tal.

Sim, vamos sofrer, como sempre sofremos até hoje. Viver nunca foi uma alegria, e quando foi, foi facilmente tristeza também. Não se preocupe, não faremos nenhuma besteira. Estamos acostumados com a dor. Isso não implica em nada em termos de dificuldade. Podemos sofrer um dia após o outro, algumas vezes mais, outras menos....

Tudo desmorona no silencio interno das nossas almas, enquanto apenas sobrevivemos dia após dia.

Mas isso é algo só nosso.

 

Saturday, May 25, 2013

Destruição

Até nas mentiras existe um pouco de verdade. E quando nós pensamos, misturamos antigas palavras com novas conversas, pequenas descobertas. Farsa? Escutamos simplesmente o que precisávamos e queríamos ouvir? Novamente no nada desconhecido divã.

Que autodestrutivo é viver. Já nascemos limitados a uma existência naturalmente tão impotente. O que mudamos? Quem mudamos? O que somos? Quem somos?

Isso só piorou com os anos. Parece tão dramático, sem fundamento, desnecessário pra quem não perde 5 minutos da existência pensando nisso. Trágico pra essa mente amaldiçoada, solitária. Sempre tão incompreendida.

E ainda pensamos: quem sabe não ser o tão comumente 'ser' que simplesmente sobrevive? Quem sabe não ter metade dos pensamentos que temos agora, não fossemos tão autodestrutivos. Talvez seja uma falta tremenda de endorfina que nos dê essa sensação inacabável, inesgotável de dor. Chega a ser tão devastadora que impele a uma compensação corpórea flagelativa. É então que lembramos que não devemos ser os únicos.... 

Eu, nós... queríamos descobrir uma forma de solucionar o problema. Assim, de fato, mudaríamos muita coisa. Ajudaríamos tantas pessoas! E me pergunto se é justo... se é justo ter um coração tão bom e tão dolorido com a vida. E se as vezes é justo ter que ser alguem que não gostamos de ser para continuarmos 'vivos'.

Sempre um serzinho tão diferente, desde que se entendeu por gente. Se deitava entre os dois colchões das duas camas, cruzava os braços, fechava os olhos, e pensava: 'fim'. Seis? Sete? Já era sufocante antes mesmo de crescer. E com o passar do tempo só piorou.

Conte-nos uma novidade boa, porque de ruindade o mundo já está cheio.

Esse rosto com ou sem maquiagem, esse brinco brilhante ou sem cor, esse sapato alto ou baixo, essa chinela velha ou nova, esse colar de ouro ou de nada, esses dentes brancos ou amarelos, essas unhas pintadas ou sem graça... tudo tão superficial.

E o que vocês querem? Achar algo que valha realmente a pena, além das aparências  porém, que seja aparente.

Você foi e o mais difícil agora é a volta. Esse retorno da inquietude pra quietude. Tão desmensurado!

E você é um pitoresco, com seus gestos reais e ao mesmo tempo tão exagerados. Isso porque eles não são convencionais.

E tenta se guardar, tenta se isolar, porque tem um potencial altamente destrutivo. Impotente para grandes e boas mudanças, e tão poderoso para a destruição!

Sim, porque é mais simples desconstruir. Isso leva alguns segundos. Aniquila-se o que é belo? Não, aniquilamos a ilusão do belo!

E pensamos... temos uma obrigação daqui algumas horas. Vale o preço? E pensamos... não ir seria uma destruição? Deixar de exercer um papel robótico de ser, mas infelizmente necessário pra sobreviver nesse mundo.

E tudo que queríamos é o que fizemos desde que nos entendemos por gente, mas nunca conseguimos: um fim. Porque nada parece nos curar! E de repente o que pensávamos ser a cura, nos faz sentir mais dor ainda. E mais parece um processo cíclico, com uma breve sensação de alívio, e uma longa e insuportável sensação de peso.

E em meio a tanta destruição de si...

Tem algo que ainda funciona pra liberar um pouco de endorfina: escrever. Respingar as dores em forma de palavras ainda alivia a alma.

Wednesday, February 13, 2013

13-02-2013


13-02-2013

Este não é mais um livro sobre vampiros. Também não fala sobre magia. Não é um romance com pitadas de drama, ou uma história cheia de aventuras surreais. Não é a ‘náusea’ ou a ‘insustentável leveza do ser’. Não é uma fantasia para iludir as crianças, jovens e adultos de que a realidade não existe, ou que ela pode ser bem mais agradável do que ela não é. Essa é a história dos meus ultimos dias aqui. Talvez também não seja uma história. Talvez seja minha ultima tentativa de poder ser compreendida por alguem, e evitar que esse alguem acabe do mesmo jeito que eu. E que talvez,  só talvez, ele sinta que não é o único a se sentir assim. Ainda há esperança.

Tuesday, January 22, 2013

A Torre de Pisa Está Caindo

Malditos murmúrios que ecoam na nossa mente. Que trágico! Estamos em declínio! Agora tudo o que mais queremos é sumir. Mas ninguem entende o porquê. Não é por causa das dificuldades, dos problemas e de todas essas coisas superficiais negativas... é por causa da negatividade em si. Ora, é inabitável esse lar absolutamente corrompido. Para qualquer lado que nós olhamos, qualquer caminho que nós escolhemos... sempre essa 'humanidade' tão nefasta assombrando a nossa existencia como um terrível gancho cravado na nossa espinha. Ele dói quando nos movimentamos. E como resistir, sem o andar, sem a dor de cada passo dado? Estamos condenados.

Porcos infames! Todos eles, reunidos em seu ciclo putrificado cheio de um sebo pastoso e repugnante, lambem uns aos outros num gesto desprezível que chamam falsamente de 'simpatia'. Ah, quão admirável é essa vã gentileza de ser irritantemente cordial, quando se desvaloriza aquilo que realmente deveria ter algum significado na vida. E definitivamente, não queremos mais fazer parte disso.

Quanto mais chances damos, mais certeza nós temos: que desperdício de tempo acaba sendo tentar acreditar que existe alguem tão diferente quanto nós. Sociedade envenenada! Esse amargo  encontra o perfeito repouso em nossas entranhas, e vai fazendo o agradável favor de nos adoecer a cada apunhalada na nossa alma.

O que antes era o doce, se tornou pó. Desfigurado, sem significado, é algo que se dissipa quando um ar mais forte atravessa a janela do seu quarto. Mas não é. Nós sabemos que não é assim que funciona essa maquinaria velha e enferrujada bombeada por um frágil tambor vermelho.

Nos construímos com tanto esforço. Foram tantas lutas, recheadas de vitórias, mescladas com derrotas... e sempre nos reerguendo, mesmo estando prestes a nos afogar na poça de todas as dores internas. Sempre nos reerguendo.

Mas as vezes precisamos simplesmente parar, e se estamos caindo, apreciar com nobreza a nossa própria queda. Eis como distinguir o homem bom do mal: nós só mostramos quem realmente somos quando não há mais nem esperança para clamar.